A “grife” de vinhos da Dolce & Gabbana passa pelo crivo dos críticos
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Além de conferir as propostas de moda da dupla Domenico Dolce e Stefano Gabbana na Semana de Moda de Milão (20-26 de setembro), os convidados puderam “degustar” durante o evento de outra criação dos estilistas: os vinhos que assinam junto à vinícola siciliana Donnafugata.
A parceria de Dolce & Gabbana, entretanto, não se resume à vestimenta das garrafas. Nem é uma moda passageira. Os vinhos são exclusivamente feitos e tratados como uma nova linha de produtos, o que indica que se trata de uma parceria perene e não apenas uma colaboração efêmera. Foram dois anos de negociações com mais dois anos para lançar os primeiros vinhos, em 2020.
“Quando anunciamos a colaboração, muitos profissionais do mercado nos viram com desconfiança, que estávamos priorizando a imagem e marca frente ao produto”, diz Antonio Rallo, CEO e enólogo de Donnafugata ao NeoFeed.
A desconfiança, no entanto, não durou muito tempo. Com a primeira safra lançada, logo os vinhos ganharam notas acima de 90 de importantes críticos, como James Suckling e Antonio Galloni (Vinous).
A seriedade do projeto conjunto também foi reforçada pela migração do rótulo Tancredi, um dos mais tradicionais de Donnafugata e produzido desde 1990, para a linha com Dolce & Gabbana.
“Tancredi já é um vinho bem-sucedido e reconhecido. Além disso, exemplifica a personalidade siciliana através da variedade local Nero d’Avola com o reconhecimento global da Cabernet Sauvignon”, afirma Rallo.
O tinto (Cuordilava) e o branco (Isolano) de Donnafugata Dolce & Gabbana são feitos na zona que é uma das mais badaladas no momento, o Etna. Isolano é feito 100% com a variedade local Carricante, que traduz a expressão mineral do solo vulcânico, sem a interferência das barricas de carvalho.
Já Cuordilava é feito com a também local Nerello Mascalese (personalidade entre a Pinot Noir e a Nebbiolo) e é uma mescla das uvas dos dois vinhedos mais importantes de Donnafugata no Etna, das “contrade” de Montelaguardia e Marchesa.
No Etna, a “contrada” funciona como os “villages” na Borgonha, onde a mesma Pinot Noir pode ter nuances distintas se cultivada em Gevrey-Chambertin ou Vosne-Romanée. Donnafugata tem 35 hectares de vinhedo no Etna, dividido em seis diferentes “contrade”.
O vinho rosé Rosa representa o lado futurístico da Sicília. Isto porque é resultado do blend da Nerello do Etna com a variedade (também autóctone) Nocera, cultivada em Entellina, uma variedade que quase desapareceu da Sicilia, por ser considerada rústica e sensível às podridões advindas da umidade no ambiente.
Com as mudanças climáticas, a Nocera tem conseguido amadurecer de forma mais consistente. Ao mesmo tempo, sua característica de manter bons níveis de acidez e de resistir bem ao calor a tem a colocado no radar de boa parte das vinícolas sicilianas.
A vinícola Donnafugata nasceu em 1983, sediada em Contessa Entellina, ao sul de Palermo. No entanto, a família Rallo está ligada à produção de vinhos há mais de 170 anos. Começou em Marsala, onde também possui uma vinícola para maturação dos vinhos produzidos a partir dos vinhedos de Entellina.
“Em Donnafugata, nascemos com a visão de fazer vinhos para o mundo, com personalidade local, mas pensados para serem bebidos por qualquer apreciador de vinho. Esta é a mesma visão de Dolce & Gabbana, que levam as cores, formas e cultura sicilianas para o mundo”, diz Rallo que também é presidente da associação da Denominação de Origem “Sicilia” para vinhos.
No Brasil, é possível prová-los pois a importadora World Wine recebeu há pouco a linha completa dos vinhos Dolce Gabbana Donnafugata. Pela primeira vez desembarcam aqui o branco e o tinto feitos no Etna, além do rosé e do tinto Tancredi que chegaram com novas safras.
Outras dobradinhas de vinho e moda
A combinação entre estilistas, grifes e vinhos não é inédita, porém na grande maioria dos casos, a união das marcas se restringe aos rótulos ou acessórios que estão nas garrafas, sem customização ou diferenciação em relação ao vinho que já é produzido regularmente.
Champagne é uma referência nessas parcerias, pelo conglomerado LVMH, que consolida no mesmo grupo empresarial marcas da moda e de Champagne. Em 1996, por exemplo, a cuvée prestige (como são chamados os rótulos icônicos das casas de Champagne) de Veuve Clicquot, La Grande Dame, teve rótulo desenhado por Emilio Pucci.
Jean-Paul Gauthier desenvolveu também um rótulo para Piper-Heidsieck em 1999, e Christian Louboutin desenhou uma taça de cristal para a mesma marca de Champagne em 2009.
Em Bordeaux, outra região clássica para vinhos, Karl Lagerfeld, então diretor criativo de Chanel, desenhou o rótulo da safra 2009 do Château Rauzan-Ségla (pertencente ao mesmo dono da marca). E Jade Jagger, designer de joias e filha de Mick Jagger, desenhou o rótulo para Croix de Beaucaillou (segundo vinho de Ducru-Beaucaillou).
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