Taxa de desemprego dos EUA cai para 3,5% em julho, com criação de 528 mil postos
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A taxa de desemprego dos Estados Unidos caiu no mês de julho para 3,5%, segundo dados divulgados pelo Centro de Estatísticas Laborais nesta sexta-feira (5). A economia do país criou cerca de 528 mil novos postos de trabalho somando a geração nos setores público e privado.
Os números, contido no relatório Payroll, superaram as expectativas do mercado, que esperavam que a taxa se mantivesse nos 3,6% registrados em junho e com uma geração menor de vagas, de 250 mil. O resultado representa o 19º consecutivo de crescimento do mercado de trabalho.
Ainda de acordo com a instituição governamental, a renda média dos trabalhadores do setor privado cresceu 0,5% em julho em relação ao mês anterior.
Os dados de junho foram revisados para cima, indicando abertura de 398 mil vagas em vez das 372.000 informadas anteriormente.
O relatório indica um quadro econômico saudável, apesar de dois trimestres de contração do Produto Interno Bruto (PIB). A demanda por mão de obra diminuiu nos setores sensíveis à taxa de juros, como habitação e varejo, mas as companhias aéreas e restaurantes ainda não conseguem encontrar trabalhadores suficientes.
A Agência Nacional de Pesquisa Econômica, uma espécie de árbitro oficial das recessões no país, define o fenômeno como “um declínio significativo da atividade econômica espalhada pela economia, durando mais de alguns meses, normalmente visível na produção, emprego, renda real, e outros indicadores”.
Para Étore Sanchez, economista-chefe da Ativa Investimentos, o resultado reforça a “perspectiva muito positiva” da atividade nos Estados Unidos, assim como as apostas de que o Federal Reserve manterá um ciclo agressivo de alta de juros, com uma terceira elevação consecutiva de 0,75 ponto percentual.
Na semana passada, o banco central dos Estados Unidos aumentou sua taxa de juros em 0,75 p.p., acumulando 2,25 pontos de altas desde março.
O presidente da autarquia, Jerome Powell, afirmou que a próxima elevação dependerá dos dados divulgados até setembro, sem descartar tanto um aumento na mesma magnitude quanto de um valor menor.
O aquecimento da economia representa uma alta na demanda, o que por sua vez impacta na inflação, que está no maior nível dos últimos 40 anos. Com isso, a autarquia pode precisar subir os juros com mais intensidade e velocidade para desacelerar a atividade, mas com o risco de levar o país para uma recessão.
“Em suma, o mercado de trabalho voltou a mostrar força e abriu caminho, mais uma vez, para o Fed fazer o que tem que ser feito com o juro em busca da convergência da inflação para a meta”, afirma Sanchez.
*Com informações da Reuters
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