Recuperação do emprego no Brasil ainda deve demorar para acontecer
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Na retomada econômica, o mercado de trabalho é um dos últimos indicadores a melhorar, pois os ofertantes de vagas em geral esperam ter certeza do restabelecimento para começar a contratar
O que me traz mais desgosto em ser economista é justamente comunicar conjuntura num momento que estamos vivendo. E mais chato ainda é que isso vem se arrastando há anos, mesmo antes da pandemia. Os números não mentem, e os momentos de alívios, como em meados desse ano, com a atividade econômica trazendo crescimento, duram muito pouco. Por outro lado, nossa missão enquanto economista é justamente comunicar e não dourar a pílula. Então, sigo em mais uma semana dividindo notícias negativas com vocês, que na verdade já foram faladas diversas vezes por aqui. A verdade verdadeira é que não temos nem novidades e notícias muito animadoras. Vamos lá: a taxa de desemprego, medida pelo IBGE, chegou ao patamar de 14,7% no período mais crítico da crise e, apesar de já ter mostrado algum alívio nos dados mais recentes (13,2% em agosto/21), segue em nível elevado. Tanto que essa taxa é uma das maiores entre as economias do mundo – de acordo com levantamento recente, temos a 4ª maior taxa de desemprego do mundo.
E quando comparamos com nossos emergentes pares, pensando em nível de desenvolvimento econômico, como México, Chile, Rússia, a taxa de desemprego brasileira está muito acima (13% versus uma média de 5%). Gosto de enfatizar que se não fosse o desalento, a taxa de desemprego estaria ainda mais alta, em 18,6%. O que isso quer dizer? Desalento é quando a pessoa simplesmente deixa de procurar emprego, e sai da estatística por acreditar que não que conseguiria uma vaga, seja por falta de confiança na economia ou por receber renda sem precisar trabalhar. Além disso, o quadro de elevado desemprego veio acompanhado de uma redução no rendimento médio da população devido à informalização da economia e aumento de inflação.
Olhando para frente, a recuperação do emprego no Brasil ainda deve demorar, seguindo o ritmo lento e gradual da própria economia, que ainda está caminhando a pequeninos passos de tartarugas. O mercado já espera um crescimento do PIB do Brasil abaixo de 1% em 2022 enquanto o mundo deve crescer mais de 4%. Seguimos na lanterninha. E o mercado de trabalho tem uma característica de ser defasado. Ou seja, em uma recuperação econômica, ele é um dos últimos indicadores a melhorar, pois os ofertantes de vagas em geral esperam ter certeza da recuperação para começar a contratar. “Tá fácil não”.
*Esse texto não reflete, necessariamente, a opinião da Jovem Pan.
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