Dado melhor que esperado de serviços reforça revisões no PIB, dizem analistas
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O crescimento de 1,1% de serviços em julho superou as expectativas do mercado, indicando um desempenho mais positivo do setor e reforçando a tendência de revisões altistas para o Produto Interno Bruto (PIB) de 2022, afirmam especialistas ao CNN Brasil Business.
A alta mensal foi a terceira consecutiva do indicador, medido pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Com isso, o ganho acumulado entre maio e julho é de 2,4%. Em relação a julho do ano passado, o volume do setor cresceu 6,3%, na 17ª taxa positiva seguida por essa comparação.
A expectativa do mercado era que os serviços teriam avanço mensal de 0,6%, e alta anual de 5,6%. Com o resultado, o setor se encontra 8,9% acima do patamar pré-pandemia e 1,8% abaixo do seu nível mais alto, atingido em novembro de 2014.
O movimento é explicado, principalmente, pelo dinamismo nos segmentos de serviços prestados a empresas, segundo o gerente da pesquisa, Rodrigo Lobo.
“Essa retomada de crescimento é bastante significativa e é ligada aos serviços voltados às empresas, como os de tecnologia da informação e o de transporte de cargas, que têm um crescimento expressivo e alcançam, em julho, os pontos mais altos das suas respectivas séries”, diz o especialista em nota.
Revisões no PIB
Nos últimos meses, o mercado iniciou uma série de revisões nas projeções para o PIB de 2022, refletindo um cenário doméstico mais positivo que o esperado, apoiado especialmente no desempenho do setor de serviços, que se recupera em relação ao período da pandemia, um mercado de trabalho mais aquecido que o esperado e estímulos fiscais do governo.
Na primeira semana de janeiro, por exemplo, o Boletim Focus trazia uma expectativa de alta de 0,28% para o PIB neste ano. Em sua última edição, trouxe uma mediana de expectativas do mercado de 2,39%.
E o resultado de serviços de julho indica que o movimento de revisão deve continuar.
Guilherme Sousa, economista da Ativa Investimentos, afirma que o resultado de julho “surpreendeu positivamente”, com uma variação “mais robusta”.
“Não obstante, houve revisão marginal altista nos dados de junho, cuja variação mensal foi revista de 0,7% para 0,8%, enquanto a comparação interanual subiu de 6,3% para 6,4%”, observa Sousa.
O destaque, na visão do economista, foi o desempenho do segmento de “outros serviços prestados às famílias”, com avanço mensal de 2,2%. Ele ressalta que o segmento tem “forte correlação com o PIB”. Por isso, a Ativa revisou a projeção de crescimento para 2022, de 2% para 2,4%, esperando agora um desempenho melhor da economia no terceiro trimestre.
Para Lucas Saqueto, da GO Associados, o resultado deve levar a “mais uma onda de revisões para cima do resultado fechado do PIB”. Ele destaca que o Focus já trouxe a 11ª revisão altista seguida do PIB deste ano.
“O grande destaque foi o setor de transporte, influenciado positivamente pela queda dos combustíveis, pela safra agrícola e retomada do turismo, que ajudou no transporte de passageiros. E de forma geral, a recuperação é explicada, além da redução dos combustíveis, por retomada do mercado e outras medidas de estímulo como antecipação do FGTS e 13º do INSS”, avalia Saqueto.
Na ponta negativa, ele cita o impacto do ciclo de alta de juros pelo Banco Central nos serviços financeiros, que acabam sendo prejudicados pela oferta menor de crédito.
Já Luciano Rostagno, do Banco Mizuho, avalia que o crescimento de serviços em julho indica um início mais positivo para a economia no terceiro trimestre, o que dá um viés de alta para a projeção de variação do PIB entre julho e setembro.
O quadro trimestral mais positivo também é citado por Nicolas Borsoi, economista-chefe da Nova Futura Investimentos, que espera um desempenho mais positivo devido “aos estímulos do governo, concessão de crédito e mercado de trabalho aquecido”.
“Já estava visualizando um cenário de crescimento forte neste trimestre, tanto que estamos com 0,4% no PIB do terceiro trimestre e 3% para 2022, mas achei bem surpreendente esse dado”, afirma. Para ele, “o mercado já está ficando defasado nas projeções de PIB”, com uma mediana em 2,4%.
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