Como o premiado designer Jader de Almeida transformou móveis em “joias para casa”
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Aos 41 anos, o designer já conquistou todos os principais prêmios de design internacionais e nacionais
Desde que começou a trabalhar na indústria moveleira, aos 16 anos, o designer catarinense Jader de Almeida, 41 anos, já conquistou todos os principais prêmios do segmento dentro e fora do Brasil.
No total, são mais de 70 prêmios. Dos badalados IF Design e Red Dot, onde foi condecorado recentemente com a poltrona May, ao suíço SIT Furniture Design Award, o International Design Award à premiação do Museu da Casa Brasileira, onde muitas de suas criações já fazem parte do acervo permanente. Caso da cadeira Bossa, criada em 2017 e ainda em produção.
Mas, como ele mesmo gosta de repetir, “o bom design é aquele que gera bons negócios”. E, nesse sentido, Jader também tem alcançado resultados. Entre 2020 e 2021, antecipou em dois anos o projeto de abertura de lojas próprias para surfar na onda das reformas residenciais estimuladas pela pandemia. Assim incrementou seu faturamento em 70%. A partir de agora, o plano é imprimir um ritmo de crescimento de 20% ao ano.
Para se ter uma ideia da velocidade da expansão, às duas lojas pré-existentes em Santa Catarina (mais precisamente em Florianópolis e Balneário Camboriú), somaram-se, só no ano passado, outras sete em cidades-chave onde a parceria com multimarcas foi descontinuada. “De uma multimarca para uma flagship o faturamento cresce, de imediato, 500%”, afirma o designer.
Maior mercado da marca, São Paulo recebeu dois espaços próprios, sendo o principal em um casarão de 1,2 mil m² na avenida Europa, já pertencente à família Matarazzo, que exigiu investimento de mais de R$ 12 milhões só para implementação. Em seguida vieram as lojas de Ribeirão Preto, Campinas e Belo Horizonte, em modelo de franquia. Hoje a marca também está presente em dois show rooms licenciados (Goiânia e Brasília) e 24 distribuidores multimarcas.
Para os próximos cinco anos, mais 20 lojas estão previstas, sendo três já em 2023, uma em São Paulo, outra na região Sul e outra ainda em definição. A custos de hoje, estima-se que uma franquia Jader Almeida saia entre R$ 6 milhões e R$ 10 milhões, com lojas de, no mínimo, 600 m².
“Tínhamos o chão de fábrica, mas nos faltava a barriga no balcão para transmitir toda a contundência do lifestyle Jader Almeida. Era importante ter o controle da distribuição para estarmos mais perto do cliente e ter capacidade de resposta muito mais rápida”, afirma o designer.
Enquanto o plano de expansão de lojas próprias era posto em prática, as cinco fábricas da Sollos – empresa a qual se uniu desde 2004 -, instaladas nas cidades de Princesa e Chapecó (SC) também receberam investimentos.
A área de produção cresceu cerca de 10% e o volume 17%. Novos equipamentos e sistemas foram instalados, o que garantiu até mesmo a redução nos prazos de entrega. Hoje, o parque industrial responde pela produção de 40 mil peças da marca ao ano.
Nesse processo de ampliação, além de um centro de distribuição próprio, foi criada uma franqueadora, a Nest, para gerir todas as lojas de forma única, “independente se o investidor sou eu, a Sollos ou outra pessoa”, explica Almeida.
Para 2025 está previsto o desembarque de uma loja nos EUA, país responsável por grande parte das exportações, que hoje representam 20% do faturamento. Atualmente, a empresa exporta para 30 países, sendo que 60% do volume fica nas Américas “em igual proporção entre Norte, Sul e Central”.
A Flórida desponta como o caminho natural para a instalação da primeira loja no exterior. “Mas temos outras boas janelas por lá”, afirma Almeida, que já tem representações em Dallas, Miami, Los Angeles, Nova York e Chicago.
Os demais mercados são Hong Kong, Taiwan e Nova Zelândia. Na Europa, por sua vez, boutiques das grifes Dior e Hermès, por exemplo, têm peças com sua assinatura, como a poltrona Isa.
Nova frente de projetos e e-commerce
Apesar da importância inegável do mercado americano para o volume das exportações, outros países também ganham relevância principalmente na área de Contract. Responsável por 12% do faturamento, é nela que estão posicionados grandes contratos que normalmente envolve as áreas de arquitetura, design e engenharia. “Estamos fazendo o projeto de mobiliários para um resort com cento e tantas casas nas Bahamas que deve sair em três ou quatro anos”, diz.
Outro exemplo é a remodelação de boa parte dos bangalôs do premiado resort catarinense Ponta dos Ganchos, que acaba de investir US$ 1 milhão no retrofit de suas instalações para comemorar seus 20 anos de história, e no qual poderão ser encontradas peças premiadas como a poltrona Isa, a mesa de centro Matriz e a cadeira Anna.
Enquanto a área de Contract movimenta valores de pelo menos seis dígitos, nas lojas as vendas podem variar de R$ 50 mil (valor médio para compras avulsas, em geral de três peças) a R$ 1,5 milhão (referente ao tíquete médio para a reforma de uma residência). “Não são vendas por impulso, são consultivas, personalizadas”, explica o designer.
Isso porque um único modelo de cadeira pode ter até 500 variações – indo do tipo e cor da madeira à cor da costura, metal e acabamento. Fatores que permitem uma mesma peça de R$ 5 mil a R$ 11 mil, no caso da mesa Jardim, por exemplo, dependendo da configuração escolhida. “Mas são peças que viajam no tempo e permanecem elegantes sob os pilares da raridade, originalidade e qualidade. Nossos produtos são investimentos”, diz Jader.
Lançado no primeiro semestre deste ano, o e-commerce, veio para reforçar a ideia de estilo de vida, aumentar o contato com o consumidor final e ao mesmo tempo criar uma porta de entrada para a marca. Ainda em construção, conta com pequenos mimos, como a linha de velas aromatizadas, até uma seleção de peças com “baixíssima customização” da linha Jardim. Ali também foi o canal escolhido para explorar novas áreas, caso das miniaturas colecionáveis e da linha de joias (colares, pulseiras, brincos e broches).
“Quando falamos de Jader Almeida estamos nos referindo a arquitetura, design e arte. Das joias para casa, que já fazemos, para as joias para o corpo é só mudar a escala”, aponta o designer que além de mesas, poltronas, cadeiras e sofás já conta com luminárias, móveis para área externa, tapetes, aromas e acessórios.
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