A nova vítima da correção do mercado: Oyo vai de US$ 10 bi para US$ 2,7 bi
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Em mais um sinal de que a correção de mercado de empresas privadas será dura, o Softbank está reduzindo o valuation de uma das startups que era considerada uma das estrelas de seu portfólio.
O caso em questão é o da Oyo, a rede indiana de hotéis de baixo custo que em 2019 chegou a ser avaliada em US$ 10 bilhões. Para o conglomerado japonês comandado por Masayoshi Son, o negócio vale agora apenas US$ 2,7 bilhões.
O valor de mercado foi ajustado há poucos meses de uma possível abertura de capital da startup. O Softbank não comentou o assunto. Dono de 45% das ações da Oyo, o grupo japonês pode ter feito o movimento para preparar o mercado para resultados mais realistas no IPO.
Do lado da Oyo, a notícia, divulgada inicialmente pela Bloomberg, parece não ter caído bem. Um porta-voz da companhia declarou que a startup melhorou suas finanças nos meses recentes e acredita que “a especulação sobre o valuation é imprecisa” e “não tem base racional”.
A queda no valuation da Oyo faz com que a companhia hoje tenha um valor de mercado menor do que o montante que já captou no mercado entre rodadas de equity e de operações de dívida.
No total, a Oyo já recebeu US$ 3,2 bilhões em injeções de capital. Entre os investidores privados, além do Softbank, a empresa atraiu nomes como Sequoia e Lightspeed Venture Partners.
Para reduzir a avaliação de mercado, o Softbank muito provavelmente se apoia nas informações financeiras do negócio. A Oyo não divulga detalhes de seus dados isso só deve ser feito quando a companhia enviar os documentos necessários para solicitar sua abertura de capital.
Por ora, a empresa diz apenas que tem 41% de margem de lucro bruto e registrou um aumento de 45% no valor bruto de reserva por hotel por mês em relação ao ano fiscal passado.
Nos últimos anos, no entanto, a companhia vem enfrentando problemas financeiros que fizeram até com que o negócio reduzisse drasticamente sua operação no Brasil com a demissão em massa de funcionários. A startup que ficou conhecida como o “unicórnio dos hotéis de baixo custo” chegou a operar em mais de 800 cidades de 80 países.
A atualização do valuation vai impactar diretamente na incursão da companhia rumo a bolsa de valores. A Oyo planejava abrir capital ainda neste ano. A expectativa era levantar cerca de US$ 1,2 bilhão para uma avaliação entre US$ 12 bilhões e US$ 14 bilhões, de acordo com a consultoria americana CB Insights. Agora, os números devem ser menores.
Inferno astral
O Softbank vive seu momento mais complicado desde que começou a investir em startups. No último trimestre, o grupo com sede em Tóquio reportou prejuízo recorde de US$ 23 bilhões, contra um lucro de US$ 5,6 bilhões obtido no mesmo período de 2021.
Além das empresas já listadas em bolsas de valores estarem perdendo valor de mercado, casos de WeWork, Didi e Nvidia, o conglomerado japonês também viu, a exemplo da Oyo, diminuir o valuation de algumas de suas investidas que ainda não abriram capital.
O caso mais notório é o da Klarna, startup que chegou a ser considerada a mais valiosa da Europa ao atingir valor de mercado de US$ 46 bilhões após injeções de capital de investidores privados. Em julho, após uma nova captação, o valuation da fintech que opera no modelo de buy now, pay later despencou para cerca de US$ 7 bilhões.
Ainda assim, de acordo com o The Wall Street Journal, o grupo japonês não pretende cessar seus investimentos em empresas de tecnologia. Nas últimas semanas, o jornal americano reportou que os planos de Son incluem o lançamento de um terceiro Vision Fund.
Na América Latina, o grupo também continua investindo – ainda que em ritmo mais lento. “Não é uma coisa específica do Softbank. O ritmo de investimento em novas empresas diminuiu bastante. Acho que a barra é diferente de quando a gente olhava em 2020 e 2021″, disse Alex Szapiro, managing partner do grupo, em entrevista recente ao NeoFeed.
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